A Joaninha

26, September 2004 - 06:17 am


Nesse dia, salvei uma joaninha. Ao acaso, ou não, a joaninha não largava a minha mão, nem o meu braço, mesmo enquanto eu andava e o mexia. Até que me sentei... Fiquei ali, de olhos fixos no meu braço esquerdo, vendo-a ora a passear, ora quieta. Aquela coisa minúscula, aquele ponto aos pontinhos, mas apesar de tudo tão perfeito, tão cheio de... vida. E foi então que me lembrei... que independentemente do tamanho, independentemente da espécie, a cada ser vivo foi concebido esse mais precioso bem chamado vida. Vida, à qual todos temos direito, de forma justamente igual.
Perguntei-me, então, porque me achariam tola por ter salvo uma joaninha. No entando, seria gratificada por salvar um cão, um humano ou qualquer outro animal. E achei injusto. Achei injusta a forma como é desrespeitada a vida... O egoísmo de não querer, ou não saber partilhar o que, afinal, nos foi dado a todos, por igual, num mesmo local que pertence a todos nós.
E sorri para a joaninha. Um sorriso reconfortante. E reconfortei-me a mim própria, senti-me feliz por ter salvo uma vida, uma vida tão pequena, mas tão grande como a minha e tão perfeita, tão bonita. Senti-me agradecida, acarinhada. Meia hora passou...
...e foi então que a joaninha disse adeus e voou.
-Ruth

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